Crescer… amadurecer, decidir e independer!? Quantas e quantas vezes na vida desejamos trabalhar e ter nosso próprio dinheirinho e nossa independência mesmo quando ainda éramos crianças e adolescentes? Muitas de nós pensávamos apenas nos benefícios e na liberdade que o dinheiro nos traria mas nunca imaginávamos os perigos, problemas e angústias que ele poderia nos causar também! Mal sabíamos a grande responsabilidade na qual estávamos nos envolvendo! Não é à toa que a Palavra de Deus trata do tema do dinheiro e avareza inúmeras vezes! Nosso Pai amoroso, com a Sua Palavra, nos aconselha como devemos lidar com a área financeira sabiamente para que O adoremos com tudo que Ele nos dá e permite que administremos!

Em Lucas 12:15 lemos: “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”. Sabendo que existimos para louvar e glorificar a Deus e que nosso valor vem do Evangelho, da nova identidade que temos em Cristo, não devemos nos afirmar naquilo que possuímos, nos nossos bens materiais que perecem, mas sim em juntar os tesouros eternos (Mateus 6.19), aquilo que nosso Pai valoriza. 

Mas, então, o que fazer no meu dia a dia para agir com sabedoria? Como seres humanos falhos e preguiçosos, temos a tendência de negligenciar nossa relação com o dinheiro e, muitas vezes, desvalorizar os bens que possuímos ao não administrar e não analisar onde gastamos e investimos o que ganhamos. A seguir abordaremos algumas dicas práticas que podem nos ajudar a aplicar os princípios bíblicos e a ficarmos mais tranquilas com relação ao destino do nosso “din din”.

Administrar: dedicar, controlar e pensar!

A Palavra de Deus nos orienta a administrar, somos convidadas a nos dedicar na gestão das nossas finanças pessoais, à medida que passamos a controlar e a analisar nossas reações, comportamentos e nosso coração. Além disso, sabemos por meio das Escrituras que onde colocamos nosso tesouro, ali também estará nosso coração (Mt 6.21), muito do que observamos do nosso relacionamento com o dinheiro mostra sobre como está a nossa vida e relacionamento com Deus também.

Para evitar os dois extremos: tanto de gastar demais como de poupar demais, o primeiro passo é saber com clareza o quanto temos, quanto ganhamos e quanto gastamos, uma boa ideia é anotar, categorizar e pensar! 

Podemos começar estabelecendo algumas categorias de débitos recorrente mensalmente para nós, como por exemplo:

• dízimos, ofertas, crescimento espiritual (livros, cursos, conferências, retiros);
• educação (faculdade, línguas estrangeiras);
• supermercado, refeições (comer fora);
• transporte (carro, IPVA, seguro, gasolina, pedágios, Uber, passagens de ônibus);
• casa (IPTU, aluguel, condomínio, luz, água, móveis, eletrodomésticos);
• comunicação/tecnologia (internet, celular/telefone, computador);
• saúde (convênio médico, medicações, consultas);
• presentes (aniversários, casamentos);
• beleza/vestuário (produtos de higiene e proteção, maquiagem, vestidinhos e sapatinhos);
• “rolês”/entretenimento (viagens, passeios). 

Depois de definido quais são as categorias mais representativas para suas despesas mensais, é possível somar e visualizar o valor que destinamos para cada item. Para isso, é melhor usarmos alguma ferramenta ou aplicativo para anotar e analisar o resultado mensal, na imagem a seguir vemos o exemplo do aplicativo Mobills, o qual possui várias funcionalidades gratuitas em uma plataforma amigável e intuitiva, além de gerar automaticamente gráficos com os percentuais que cada uma das categorias representa no mês à medida que entramos com os valores correspondentes.

Dedicando um pouquinho do nosso tempo para poder controlar esse balanço entre o que ganhamos e como investimos, partimos para a análise do resultado! Agora com os números, precisamos pensar e nos avaliar: estou priorizando corretamente o destino dos recursos que Deus me dá? Estou fazendo as melhores escolhas diante de uma perspectiva eterna? Qual a porcentagem do meu investimento no reino de Deus? E dos itens irresponsáveis, desnecessários e vaidosos dos meus gastos? Estou poupando demais e amando demais o dinheiro? Grande parte das respostas podem ser visualizadas.

Dedicando-nos, controlando os valores e pensando sobre os resultados são etapas importantes para a administração financeira, as quais nos fazem refletir sobre os tesouros do nosso coração, nossas vaidades e orgulho.

Poupar: organizar, preparar e investir!

Entrando em uma perspectiva mais específica, um dos itens sensíveis quando falamos de finanças é a necessidade de pouparmos. Embora concordemos que é prudente guardamos uma parte do que recebemos, nos preparando para circunstâncias emergenciais como necessidade de consertos e reparos em nossos bens, problemas de saúde que envolvam procedimentos e medicamentos custosos ou até mesmo demissões do trabalho, sabemos que poupar não é fácil e exige organização da nossa parte. 

Depois que entendemos a importância de estarmos preparados para os momentos de crises nos organizarmos para isso, devemos então escolher a forma para pouparmos. Guardar dinheiro na conta corrente ou debaixo do colchão é perder dinheiro, uma vez que a cada dia os preços médios de bens e serviços sobem e sua quantia guardada não acompanhará essa taxa de inflação, o que você tem fica estático e será desvalorizado. 

Uma alternativa tradicional que ajuda a fazer com que nosso dinheiro renda dia após dia é a poupança, entretanto outra sugestão é investirmos em fundos de investimentos de renda fixa, os quais possuem baixíssimos riscos e podem trazer retornos bem mais significativos do que a poupança. As corretoras de investimento como a XP e a Easynvest podem proporcionar boas e seguras escolhas para você poupar investindo o seu dinheiro, inclusive eles tem pessoas dedicadas para nos explicar e direcionar nosso investimento de acordo com nossos objetivos. Todo processo de criar a conta e fazer o investimento é simples e totalmente digital, pode ser realizado pelo App.

Planejar: esperar, priorizar e calcular!

Na sequência, depois de termos visualizado os valores que direcionamos para cada uma das categorias definidas e de estabelecermos um valor para pouparmos, começamos a sonhar! Grande parte daquilo que queremos realizar, seja casar, comprar uma casa, carro, celular novo ou viajar, exige planejamento. Dificilmente temos toda a quantia que precisamos quando queremos algo mais caro. Esses itens demandam paciência e sabedoria da nossa parte, é preciso avaliar as condições de pagamento uma vez que nem sempre a alternativa de financiamento e pagamento a prazo é vantajosa devido aos juros elevados que podem estar envolvidos. 

“Pois qual de vocês, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?”

Lucas 14:28

 

Calcular quantos meses precisamos separar uma quantia determinada para concretizarmos nossos objetivos, priorizando sabiamente todos os nossos gastos e investimentos durante o período, elaborando um cronograma e um plano de ação compõem o tão necessário planejamento a longo prazo que Lucas 14:28 menciona. Sermos imediatistas demais e não sabermos esperar pode fazer com que tomemos decisões erradas, resultando na perda de dinheiro. Alguns aplicativos intuitivos e amigáveis que podem ser usados para estabelecermos e acompanharmos nosso objetivo à medida que vamos cumprindo nossas sub atividades do plano de ação são o To do (Microsoft) e o Google Keep.

Economizar: pesquisar, mudar e melhorar

Geralmente todo plano de ação em direção a um objetivo financeiro envolve economia e corte de gastos não essenciais. Perguntas que precisamos responder: o que não é necessário? O que é menos importante? Para o que posso dizer não durante esse período que preciso guardar? Como posso gastar menos em algumas das minhas categorias?

Boas práticas nessa direção são: sempre manter o foco na sua prioridade e ser firme ao dizer “não” para os “rolês” e confortos tentadores que serão oferecidos para nós! Identificar alguns itens que precisamos comprar mas podemos tentar encontrar alternativas em produtos já usados (podem ser de seus amigos ou familiares) para pagar mais barato ou mesmo fazer pesquisas de preços mais abrangentes, conversando com pessoas experientes proporcionam melhores escolhas para nós. 

É sempre bom tentar reduzir algumas taxas que pagamos para os bancos (e as vezes nem nos atentamos), hoje já existem opções como o Nubank (dentre outros) que permite transferências via TED/DOC para outras instituições financeiras gratuitamente, além de não cobrar taxas administrativas para uso da conta corrente ou cartão de crédito e fazer seu dinheiro em conta render 100% do CDI. Nunca esqueça também que você pode explorar mais as suas negociações antes de fechar uma compra, pergunte sobre descontos e alternativas de forma de pagamento.

A opção de “cashback” – dinheiro de volta – que alguns pagamentos disponibilizam trazem economias significativas para nós, bons aplicativos para usar e ganhar cashback são: Ame, PicPay e o Mercado Pago. Com eles é possível pagar pelo App com QR code em diversos estabelecimentos ou até fazer recargas no seu celular/bilhete único e geralmente proporcionam descontos ou cashback significativos! Vale a pena dar uma exploradinha! 😉 

Pesquisando, mudando a forma que nos acomodamos a fazer as compras e melhorando toda a nossa administração financeira é que conseguiremos economizar sabiamente!

Ofertar: compartilhar, abençoar e amar 

Por último, mas tão importante quanto todos os demais aspectos, é essencial não vivermos para nós mesmas, para satisfazer nossos desejos egoístas, mas sim sempre lembrarmos  que somos membros do corpo de Cristo, da Igreja, nossa família unida pela fé! É impressionante observar a maneira que a igreja  primitiva vivia nos relatos de Atos, evidenciando o cuidado que cada um tinha com as necessidades do seu próximo ao se sacrificar financeiramente em uma atitude de amor, trechos como Atos 2:44-45: “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.”

Em 1Co 12:26 também observamos esse princípio fundamental da fé cristã que é o compartilhar a vida, sofrer com os que sofrem e nos alegrar com quem se alegra! Alguns lidam com a escassez, mas como parte do mesmo corpo de Cristo, quem tiver em abundância deve abençoar os irmãos com aquilo que Deus tem lhe abençoado. Compartilhar os nossos recursos de coração é expressar o amor e a graça de Cristo, é evidenciar o Evangelho na prática para o mundo! Precisamos lembrar que melhor é dar do que receber e planejar nosso recursos que serão ofertados.

Concluindo: administrar, poupar, planejar, economizar e ofertar são ações que nos ajudam a moldar nossas atitudes em relação às nossas finanças pessoais e a refletir sobre os princípios bíblicos envolvidos no tema. A Bíblia enfatiza que não é possível servir a Deus e ao dinheiro, nos alerta sobre o perigo da avareza e sobre a tentação de querermos acumular tesouros terrenos mesmo sabendo que daqui deste mundo nada levaremos! Diante da dificuldade que a área financeira traz, precisamos contar com a ajuda de nossos irmãos firmes na fé, com relacionamento de discipulado e prestação de contas é possível transformarmos nossos corações e hábitos para nos mantermos fiéis ao Senhor e agradá-lo ao fazer tudo de acordo com Sua vontade, fazendo para Ele!

Portanto, enquanto administramos nosso dinheiro temos a oportunidade de avaliar nosso coração, sabendo que o Criador dos céus e terra é dono de nossas vidas e de tudo o que existe, Ele é Soberano e Provedor, Ele nos ama sacrificialmente, e nos sustenta com tudo o que precisamos. Oro para que Deus nos ajude a colocar nossa satisfação em Cristo, que Ele seja suficiente para nós, e que o Espírito Santo nos direcione com toda Sua sabedoria para sermos administradoras fiéis daquilo que o Pai nos dá o privilégio de cuidar e investir na eternidade desde já, unicamente para Sua honra e Sua glória! Que a maneira de lidarmos com nossas finanças seja mais um testemunho vivo da nossa fé e serviço em nome de Cristo! Amém!