Deus continua sendo Bom: a gravidez perfeita

Deus continua sendo Bom: a gravidez perfeita

Como seria uma gravidez perfeita? Na minha cabeça:

  • na hora planejada.
  • sem enjoos, dores, incômodos.
  • comendo de tudo.
  • engordando pouco, nada de estrias, celulites, etc.
  • parto normal, rápido e fácil, sem contrações dolorosas.
  • recuperação completa e imediata, emagrecer tudinho em pouco tempo.
  • e, obviamente, receber um bebê lindo, saudável, dorminhoco e feliz.

Quem me conhece sabe que dentro de qualquer situação, minha primeira opção é organizar tudo à minha maneira e cumprir meu plano, sem surpresas e sem problemas.

E não foi diferente disso quando eu pensava em gravidez…depois de 3 anos de casada, eu já tinha tudo planejado. Ia engravidar no último ano da faculdade, para o bebê nascer depois de formada; eu ia tirar um ano para ficar com o bebê em casa, curtindo cada momento; eu ia seguir a dieta e preparar tudo antecipadamente… um sonho!

Mas, Deus escolheu me mostrar que da maneira dEle é tudo melhor!

Ele até atendeu alguns de meus desejos: nunca tive nenhum enjoo, incômodo ou dor. Resultado: só descobri que estava grávida quando já estava com 3 meses, e 1 ano antes do que queria. Eu e meu coração duro demoramos um tanto para entender que aquela era a hora certa, porque foi a hora que Ele escolheu.

Passado o 1º susto, lá vou eu e todos os meus planos (recalculando!!). Reprogramei férias no trabalho, e refiz os planos da faculdade… ia ser bem difícil, mas eu daria conta. Trabalhei normalmente, segui a dieta direitinho, engordei só 7kgs! Finalmente tudo estava indo conforme o plano B. 

Mas não foi assim. Com 33 semanas, sem nenhum sintoma que me avisasse do perigo, a bolsa começou a vazar. Mas eu não tinha nenhuma contração, o bebê se mexia de montão. Eu trabalhava em SP e vim tranquilamente de ônibus circular, metrô e ônibus para casa. Hoje me arrepia pensar no absurdo, mas eu estava muito sossegada, nem uma vez me passou pela cabeça que o bebê pudesse estar sofrendo ou que fosse hora de nascer.

Fui internada só para observação e apesar de tomar a medicação para não ter contrações, eu não sabia que já estava com dilatação completa. Meu médico, muito competente, estava ministrando uma palestra e o plantonista que me atendeu não achou que eu precisava de muita atenção. Eu não tinha nada!!

Fiquei a noite toda no hospital, achando que estava tudo bem, o plantonista não fez nenhum exame. Só descobri, na manhã seguinte, quando meu obstetra chegou e a bolsa rompeu, que o bebê estava em sofrimento, que iria nascer naquele momento e já com uma infecção bem severa. Naquela hora, o médico me disse que SE o bebê respirasse espontaneamente, havia CHANCE de salvá-lo.

Foi tudo tão repentino e a situação era tão desesperadora, que não deu tempo nem de perceber tudo que estava acontecendo. Eu entendia as palavras, mas não parecia que estavam falando do meu bebê. Fomos para a sala de parto e em 15 minutos de contrações fortíssimas, sem tempo de dar anestesia, o Lucas nasceu, chorando alto e forte, mas todo azul, pois já estava sufocando. E eu recebi meu primeiro filho dizendo: “Se está chorando é porque está vivo, né?”

Com apenas 1 hora de vida, depois de todo o cansaço de estar 18hs em trabalho de parto sozinho, sem nenhuma ajuda da mamãe, o Lucas teve um princípio de parada cardiorrespiratória e, mais um milagre de Deus: a enfermeira estava do lado, olhando para ele e foi socorrido pelo pediatra muito rápido, que fez massagem cardíaca a tempo, não deixando sequelas.

Eu não estava no controle de nada, eu nem sabia no que devia prestar atenção, mas Deus estava cuidando. Meu plano, apesar de bonitinho, era um fracasso. Deus sabe o que é melhor.

Depois de 14 dias de internação, recebi um garoto com 1,900kgs, com grande dificuldade respiratória, que precisava receber alimento a cada 3hs, de dia e de noite. 

Ele era pele e osso. Dava dó de olhar. Como eu pedi, era um bebê feliz e dorminhoco, mas indefeso, que não chorava nem para mamar, que tinha sinusite com fortes dores de cabeça e nariz sangrando, que demorou 3 meses inteiros para chegar ao peso suficiente para tomar as vacinas de recém-nascido, e que antes disso teve hepatite B, também recebida da mamãe, que nem sabia que tinha esse vírus. 

Foram 2 anos de muito sofrimento, para a mamãe e papai, mas especialmente para o bebê. E só pela imensa misericórdia de Deus que o Lucas sobreviveu, com saúde e sem sequelas.

Pouco tempo depois, meu médico descobriu qual era o problema. Eu tinha insuficiência istmo cervical, isto é, meu útero não fecha direito. Uma nova gravidez exigiria um controle mais próximo, uma cerclagem (pequena cirurgia bem no início da gravidez para “fechar” o útero) e a possibilidade de ficar em repouso, então eu só poderia engravidar quando tivesse todas essas condições.

Você deve achar que depois de tudo isso eu aprendi, né? Só que não!!

Refiz todos os planos, reorganizei a vida e depois de 2 anos e meio, começava a saga para nova gravidez. Só que dessa vez eu estava preparada (ou pelo menos, eu achava isso) e começamos as tentativas. E eu controlava todas as circunstâncias. Anotava tudo, prestava atenção a todos os sintomas, ficava sempre alerta.

Aí veio a frustração. Cada nova menstruação era um motivo de ira. Cada amiga que ficava grávida antes de mim (e foram muitas!!) era um motivo de tristeza. Foram 8 meses tentando. E aí Deus nos mandou a Nicole. 

Fizemos a cerclagem o mais rápido possível. O médico me deu uma carga de vitaminas muito alta para manter minha imunidade alta e o vírus da hepatite sob controle. Eu estava animada. Agora estava fazendo tudo certo. Dessa vez eu consigo!

Mas a medicação que eu tomava para manter o útero relaxado e impedir contrações, não me deixava perceber a bebê mexendo. Que tempo difícil, sem saber se ela estava bem lá dentro! A cada 15 dias quando o médico me examinava, era tudo que eu queria saber.

Até que, na véspera do meu aniversário, 24 semanas de gravidez, acordei com um pequeno sangramento. Fomos para o hospital, e soubemos que 1 ponto da cerclagem rasgou. Precisava refazer, mas estávamos no limite máximo de possibilidade para esse procedimento. Poderia funcionar, ou poderia provocar o início do trabalho de parto. Se acontecesse isso, seria praticamente um aborto tardio. Acabou. Não tinha nada que o médico pudesse fazer. 

De novo. Ou Deus age, ou eu não tenho controle de nada. Foi um dia terrível. Até hoje, escrevo isso e choro. Mas Deus é bom. Ele é poderoso e está no controle de tudo, e o procedimento foi um sucesso. Uma segunda cicatriz na entrada do útero, menos espaço para a bebê crescer, mas a gravidez continua… em repouso absoluto!

E aí durou mais uma centena de anos (pelo menos pareceu isso!). Dia e noite deitada na cama ou no sofá, sem levantar para nada. Engordei nessa gravidez 40kgs. O nervo ciático inflamou. Meus joelhos não aguentavam meu próprio peso.

Meu menino de 3 anos, que antes era um grude comigo, começou a me trocar pelo Papai. Eles saiam para passear de bicicleta, iam à igreja e eu lá, encalhada. Passou o Natal, o Ano Novo, as férias. Bordei, li, fiz tricô, preparei todo o enxoval. Chorei e orei muito.

Na última consulta, quando finalmente os pontos foram retirados, veio a notícia: “Agora só esperar o início do trabalho de parto e vir para o hospital, mas avisa que só pode ser cesárea, por causa daquelas cicatrizes na entrada do útero” – foi isso que o médico disse, e ele estava saindo para viajar no dia seguinte. A data prevista para o parto era no meio do Carnaval. Aí foi demais pra mim. Fiquei aterrorizada. A ideia de encontrar um novo plantonista me abalou muito. Mas pela graça do bom Deus, marcamos a cesárea para o dia seguinte e com 38 semanas a Nicole nasceu. Bonita, fofinha, cor de rosa como todo bebê deve nascer. Brava, chorona, cheia de opinião e muito saudável. Valeu cada minuto dessa gravidez tão difícil. 

E aí, qual gravidez foi perfeita?

Cada uma delas, porque foi da maneira como Deus determinou e escolheu para cada um dos meus filhos.

E o que eu aprendi? 

Deus é bom! Ele sabe o que é melhor. Ele está no controle de todas as circunstâncias.

“Aquietem-se e saibam que eu sou Deus! Serei honrado entre todas as nações; serei honrado no mundo inteiro.”

Salmo 46:10

 

“Toda a glória seja a Deus que, por seu grandioso poder que atua em nós, é capaz de realizar infinitamente mais do que poderíamos pedir ou imaginar.

A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações, para todo o sempre! Amém.”

Efésios 3: 20 e 21

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