A esterilidade espiritual e uma sociedade sem filho

A esterilidade espiritual e uma sociedade sem filho

“No Brasil, 37% das mulheres não querem ter filhos apesar da série de pressões sociais e culturais do inabalável relógio biológico e da ideia de feminilidade relacionada a maternidade. Segundo uma pesquisa global realizada pela farmacêutica Bayer, com apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e do Think about Needs in Contraception (TANCO), no mundo, o índice chega a 72%.”

  Eu não sei se você se encaixa nessa pesquisa. Mas, a sociedade feminina no mundo está lutando para cada vez se ter menos filhos. Feminismo? Trabalho? Rotina? Prazeres? Bom, este não será o foco da nossa conversa de hoje. Esses índices são apenas para tentar compreender um pouco do porquê nossas mulheres querem cada vez menos filhos.

  Se não iremos falar dos motivos pelos quais as mulheres deste século não querem ter filhos, afinal sobre o que iremos conversar? Para chegarmos no ponto, deixa eu contar um pouco sobre a minha história, se tudo der certo você irá acompanhar meu raciocínio. (Assim espero).

  Mesmo antes da minha conversão, e embora não quisesse me casar, eu sempre quis ter filhos. Era um desejo do meu coração, que por um tempo Deus trabalhou muito. Hoje, pela graça de Deus, tenho meu pequeno Benjamim. E abrindo um parêntese (que tempos malucos são esses de se ter um bebê em casa. Puerpério, amamentação, privação de sono, enfim.). Então, ao contrário dessa pesquisa, eu sou do grupo dos “que querem filhos”.  E você querida, leitora, em que grupo se encaixa? Quero que você saiba que esses dois grupos existem. E neles existem pontos importantes para serem lidados.

  Confesso que essa introdução foi uma captação muito doida para prender sua atenção sobre o tema filhos e como isso é muito importante. Como você pode ver, o tema é tão importante que hoje escutamos muito sobre isso. Se você é cristã e casada, provavelmente você deve estar recebendo pressões do tipo “quando virão os filhos”. Se é solteira, você pode estar se pressionando “preciso me casar logo…ficarei velha para ter filhos”.

  O que simplesmente esquecemos é que independente do status de relacionamento em que você se encontra, você pode ter filhos.  Como assim? Bom eu estou falando em um tipo de filiação que é bem negligenciado. E que está totalmente ligado de como nossa sociedade está centrada no próprio umbigo e não quer pensar no próximo. Chamamos isso de egoísmo.

  Deus nos deu uma ordem de encheremos a terra para espalharmos a glória Dele (Gn 1:28). Será que termos filhos biológicos é a única forma de fazermos isso?

  Para decidirmos isso vamos primeiro olhar para o que se fala sobre Eva no livro “Maternidade Ressurreta” de Emily Jensen e Laura Wifler

“A palavra ‘mãe’ possui múltiplas camadas de significado. Eva tinha potencial para ser uma mãe biológica, mas também representava um propósito espiritual com o qual todas as mulheres podem se relacionar: investir e nutrir a família de Deus como doadoras de vida. No contexto de toda a bíblia, as mães espirituais desempenham papeis essenciais na história da redenção. Nós as vemos transmitindo as promessas de Deus às gerações futuras, protegendo com ousadia a linhagem do povo de Deus, treinando e discipulando pessoas ao redor, anunciando as boas-novas e muito mais.” (pag. 40)

E agora vamos para a Bíblia. No novo testamento, no livro de Mateus (capítulo 28.18-20), vemos a famosa grande comissão, onde Jesus nos dá uma ordem:

“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.

  Mas, o que tem a ver a maternidade e o discipulado? No antigo testamento Deus nos dá uma ordem de ter filhos para encher e espalhar a glória Dele na terra. Ter filhos, sendo biológicos ou espirituais vão nos fazer cumprir essa ordem. Em ambos os casos precisamos instruir, encucar as verdades bíblicas na vida desse filho. O que nada mais é, do que fazer discípulos.

Para ficar mais fácil vou usar uma definição do que é discipulado do livro discipulado (série IX marcas) do Mark Dever.

“Discipular nada mais é do que ajudar alguém a seguir Jesus ao exercer de forma intencional uma boa influência espiritual sobre a vida da pessoa. “(p. 56)

  Quando eu faço discípulos, eu estou ensinando-os a me imitar e assim imitar a Cristo (1Co 11.1), para que no final das contas eles se apresentem perfeitos em Cristo. (Cl 1.28,29).

  Isso traz uma responsabilidade muito grande e muita disposição. Somente assim consigo espelhar Cristo na vida do outro, sendo primeiro um imitador de Jesus. Consegue ver como isso vai totalmente contra a nossa natureza egoísta? E se tem uma coisa que nos ensina sobre amor incondicional é a maternidade.

  Portanto, se você quer glorificar a Deus sendo testemunha do amor dele tenha filhos! E vou além… tenha muitos filhos espirituais, faça muitos discípulos. Obedeça a ordem de Jesus para sua vida. Imite a Cristo e ensine outros a imitá-lo. Lembre-se que não devemos nos amoldar ao padrão desse mundo, mas sim viver para glória de Deus.

“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Romanos 12:2

  Vai ser difícil? Sem dúvidas! Mas lembre-se que o Espírito Santo que habita em vocês irá capacitá-las (Atos 1.8) e que Deus os abençoe derramando graça em suas vidas.

Bibliografia:

  • Dever, Mark. Discipulado: como ajudar outras pessoas a seguir Jesus/ Mark Dever; Tradução de Rogerio Portella- São Paulo, SP: Vida Nova, 2016.144p. (Serie 9Marcas).
  • Jensen, Emily Warburton. Maternidade ressurreta/ Emily Jensen e Laura Wifler; Tradução de Elmer Pires- São Paulo, SP: Trinitas, 2022. 222p.
  • 'Geração NoMo': no Brasil, 37% das mulheres não querem ser mães - Acessado em 19/07/22
  • <https://www.otempo.com.br/interessa/geracao-nomo-no-brasil-37-das-mulheres-nao-querem-ser-maes-1.2392795>

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