
Mães corajosas criam filhos corajosos. Filhos preparados para viver nesse mundo onde Deus nos colocou para sermos luz e sal, ou seja, fazer uma diferença para o reino de Deus.
Parece que o mundo está cada dia pior, mas na verdade, a situação no mundo depois do pecado nunca foi boa. Recentemente ouvi um podcast muito bom pela Nancy DeMoss Wolgemuth (ministério Aviva Nossos Corações). O podcast faz parte de uma série sobre mulheres da Bíblia e este em particular foi sobre a Joquebede: mãe de Moisés.
Pense na situação que Joquebede enfrentou! Vocês conhecem a história. Na época, Faraó havia decretado que todos os bebês meninos do povo de Israel fossem jogados no Rio Nilo, pois ele queria destruir o povo de Deus (Êxodo 2).
Porém, mesmo em meio a esse caos, Joquebede foi corajosa e criativa. Em Êxodo 2:3 lemos o que ela fez para proteger o seu querido filho. Ela manteve o foco em Deus, confiando a sua vida e a vida de seu filho a Ele.
Ela fez tudo isso sem Bíblia, sem podcasts e “lives” – somente com os relatos passados de geração em geração sobre o Deus vivo e verdadeiro e a sua comunidade de fé.
Ela não sabia o plano de Deus. Não tinha garantias do que aconteceria, mas escolheu manter os olhos em Deus. Muitas crianças morreram naquela época, mas precisamos lembrar e confiar que Deus tem um plano singular para cada uma de nós.
Joquebede teve fé: confiou na Pessoa e na palavra de seu Deus. Com certeza ela e seu marido oraram MUITO, com certeza choraram e clamaram a Deus. Talvez sentiram um pânico total – mas não ficaram nesse lugar: escolheram confiar em Deus.
Além disso, Joquebede fez TUDO que estava ao seu alcance para fazer – ela fez a sua parte:
Ela escondeu o bebê, fez a arca, despachou sua filha para ficar de olho nele (que quando viu que seu pequeno irmão foi encontrado pela filha de Faraó ofereceu a sua mãe como babá!) E então usou este tempo curto e precioso com seu filho para prepará-lo para o mundo pagão onde viveria – e ele no fim, voltou a esse caminho.
Joquebede confiou: ela fez de tudo – fez tudo ao seu alcance para proteger e preparar o seu filho para enfrentar esse mundo! O seu agir fluiu de sua fé…ela estava aprendendo a viver conforme aquilo que dizia crer.
E é assim conosco também. Vivemos em tempos bem diferentes e bem iguais aos de Joquebede.
O inimigo não é tão visível talvez, mas com certeza é presente e incansável.
Vamos focar em duas coisas que Joquebede fez; ou duas coisas que descrevem as suas atitudes e coração:
Ela teve fé e ela fez tudo ao seu alcance para proteger e cuidar de seu filho.
Primeiro vamos ver o que é o medo.
O medo em si é uma emoção – assim como a ira. Mas é uma emoção que pode tomar conta de nossas vidas e nos levar a pecar – assim como a ira. Deixar o medo tomar conta é o oposto de fé – de confiar em Deus. O medo multiplica nossa ansiedade e isso é pecado, porém a fé traz paz, como diz em Filipenses 4.6-7. O medo nos leva à vertigem espiritual, confiar somente no que os olhos veem e não na realidade da fé – a realidade acima de todas que é a presença e a soberania de Deus.
Temos medo de tantas coisas não é mesmo? Medo do que pode acontecer com nossos filhos, (como protegê-los de doenças, perigos, más influências) o futuro, (como vai ser para eles), medo de falhar como mães, de alguma forma perdermos o amor deles, de pensar que pelo resto da nossa vida vamos trocar fraldas, lavar roupa, limpar casa e assim por diante. Medo do que parece nos prender, e tantas outras coisas.
O medo paralisa. Joquebede poderia ter ficado paralisada pelo medo – sem reação, só pânico. Mas ela teve fé e a fé nos levanta, nos move, nos dá coragem para tomar o próximo passo mesmo se esse passo for bem pequeno.
Mas o que é ter fé, ser uma mulher de fé?
A fé não nega a realidade do mal que está acontecendo e não depende daquilo que vemos como sendo a realidade maior. Fé também não quer dizer nunca sentir medo – mas significa se entregar, se jogar, nas promessas de Deus porque sei quem Ele é. Fé é não permitir que o medo me paralise. Salmo 46.10 nos fala que temos que aquietar e lembrar que Ele é Deus. Hebreus 12.2 nos lembra que precisamos voltar os olhos para Jesus.
A tempestade é real, mas Jesus está acima da realidade que vemos. Devemos viver pela fé e não pelas vistas.
Podemos alimentar a nossa fé através da Palavra (Rm 10.17) e devemos encorajar uma a outra a manter os olhos fixos em Jesus (Hb 12.1-2) para podermos lembrar quem Ele é e escolher confiar em sua Palavra.
Deus sabe que o medo é um problema para nós, por isso tantas vezes diz em Sua Palavra:”Não temas… “e quase sempre segue com “Eu estou contigo”.
Mas ter fé não é apenas dizer que crê: é obedecer mesmo quando isso parece ser uma escolha ruim ou difícil (ruim para nós).
Deus sabe o que faz e como Ele disse ao povo de Israel – tudo que Ele nos ordena fazer é para o nosso bem sempre.
“Obedeça sempre aos mandamentos e decretos do Senhor que hoje lhe dou para o seu próprio bem. “ Dt 10:13
“E quem ouve e crê e obedece, será abençoado – será bem-sucedido no seu andar com Deus e consequentemente, em sua vida” (Lc 6.47-49; 11.28)
Então, se fé é crer e obedecer, o que Deus diz para nós mães? O que Ele deseja que nós façamos? Ele nos diz, entre outras coisas, que precisamos:
- Escolher as prioridades que Ele tem para nós e para nossos filhos: Tt 2.4-5; 2 Tm 3.15
- Ensinar nossos filhos os caminhos do Senhor: Dt 6.5-9; 2 Co 10.4-5
- Corrigir nossos filhos: Pv 22.15; 29.15, 17; 13.24; Ef 6.4
- Treinar, disciplinar, educar nossos filhos: Hb 12.6,7, 9-13
- Não desanimar nossos filhos: Cl 3.21; Pv 14.29; 12.18; 16.24; Ef 4.29
Joquebede é um exemplo para nós mesmo que a sua cultura e a sua situação eram bem diferentes da nossa. Mas o nosso Deus é o mesmo e o plano de ação é o mesmo: confiar e agir. Hoje temos a incrível benção de termos o espírito de Deus vivendo em nós por causa de Jesus. Temos a sua palavra escrita e disponível. Temos esta comunidade de irmãs em Cristo – temos tudo que necessitamos para cumprir nossa missão. (2 Pd 1.3)
Todas queremos criar filhos que compartilham esta fé – que sejam homens e mulheres de Deus neste mundo escuro. Este treinar, criar, ensinar vai ter que fluir do nosso relacionamento com Deus, o fluir da nossa fé. Por isso o mais importante é manter esta fé, este relacionamento sempre se aprofundando mais e mais. Precisamos estar sempre alertas às coisas que podem fazer nossa fé ficar fraca e sem foco.
Assim poderemos dizer aos nossos filhos e filhas:
“Sejam meus imitadores, como eu sou imitador de Cristo.”
(1 Co 11:1)